domingo, 20 de maio de 2012

O mito dos vampiros


Como podemos entender o vampiro? Ele é um mito, uma lenda, uma estória romântica de escritores góticos? Ou o vampiro é baseado em fatos?A noção popular do vampiro é largamente baseada no clássico filme "Dracula", de 1931, com Bela Lugosi.
Em nossas mentes, o vampiro é sofisticado, europeu, geralmente um nobre, que vive num castelo sempre leva uma "vida" de luxo, cercado de coisas finas... mas que nunca bebe... VINHO. O vampiro tem gosto por "algo mais", e é isso que realmente o separa de nós. O SANGUE. O vampiro deve beber sangue fresco tirado de pessoas vivas, pois ele não o tem. Em tempos mais recentes, o conceito do vampiro veio para a América, para Nova Orleans. O Lestat de Anne Rice e seus companheiros do filme e livro "Entrevista com o Vampiro" também são sofisticados, mas diferentes do Conde Dracula. Eles são inteligentes, elegantes, cultos, mas também selvagens. E mais: eles são sensuais e atraentes. Este é um elemento significante de nosso conceito moderno de vampiro, o elemento que o separa dos "outros monstros":
Mas a sede de sangue e o erotismo não são os únicos aspectos do vampiro. E também não são a chave. O elemento chave do vampiro é a morte. As questões eternas dos humanos sobre a morte, nossa ansiedade e nossos pesadelos sobre essa inevitabilidade (de morrer) alimenta as estórias de vampiros.

Vampiros Internacionais

Na ilha caribenha de Granada, existe a Loogaroo. É uma mulher que, reza a lenda, fez um acordo com o diabo. Ela ganharia as habilidades mágicas apenas se desse sangue ao demônio todas as noites. O termo Loogaroo possivelmente vem da criatura mitológica francesa Loup-garou, que era um tipo de lobisomem, mas acreditam que o termo também foi misturado com Vudu africano.

A Loogaroo podia deixar sua pele e transformar-se em chamas que assombravam a noite procurando sangue para o demônio. Após pegar sangue suficiente, ela podia retornar à sua pele e voltar à forma humana. Essa criatura era aparentemente compulsiva e tinha que parar para contar grãos de areia espalhados no chão. Uma das defesas contra ela era deixar uma pilha de arroz ou areia perto da porta de entrada.
Esperáva-se que a Loogaroo perdesse muito tempo contando os grãos e o Sol aparecesse, forçando a criatura a voltar à sua pele e esquecer do ataque.
A Loogaroo é um exemplo de como uma crença vampírica pode ser resultante de uma combinação de outras - ela é uma combinação de Francês e Africano. A Loogaroo também mostra que nem todos os vampiros descendem dos povos eslavos, apesar de muitos parecerem que sim. Como os vampiros são encontrados em muitos lugares, naturalmente eles tem muitos nomes. O termo vampir era usado na Rússia e em outras terras eslavas, como a Polônia e Sérvia. A palavra vampir possivelmente derivou da linguagem Magyar (Húngara) e também parece que a palavra russa significa "beber".
Vrykolakas eram o termo grego para vampiro. O vampiro grego era uma pessoa que fosse excomungada pela Igreja Ortodoxa. Ekimmu era um espírito vampiro da Babilônia que se levantava da morte quando faminto, especialmente se os tolos humanos esquecessem de deixar comidas como sacrifícios perto de suas tumbas. Quando faminto ele retornava à Terra atrás de sangue humano.
Murony era o vampiro da Valáquia, um metamorfo e bebedor de sangue. Podia se transformar em gato, cão, insetos ou outras criaturas. Uma pessoa que morria inesperadamente era altamente suspeita de se tornar um vampiro. Mortes súbitas era assumidas como obras de vampiros. As vezes um grande prego era atravessado no crânio do defunto para evitar que ele voltasse da tumba. O Murony também se pareciam com lobisomens, um humano que podia se tornar um cão ou lobo de noite, e caçar outros animais.
Vampiros lituânios aparentemente bebiam sangue. A palavra wempti significa "beber".
A palavra inglesa vampire (também escrita "vampyre") foi vista pela primeira vez no início de 1700. Sua exata origem é desconhecida. Sua raíz vem da palavra turca " uber", que significa "bruxa". Essa palavra passou por uma transformação em tons eslavos, e soou como "upior" ou "upyr", e então resultou em "vampyre", "vampir" e então, "vampire". Em sânscrito, o monstro era "Baital". Existem outros termos para
esse monstro, do espanhol "vampiro", e Latim "vampyrus", para o inquestionável germânico "Blutsaeuger" (literalmente, sanguessuga) e o francês "Le Vampire".

A idade das trevas

Por toda a história a lenda do vampiro foi sendo usada para "explicar" outros fenômenos naturais que os povos primitivos sem conhecimentos científicos não conseguiam explicar de outra maneira. Possivelmente a mais espantosa lenda foi a associação dos vampiros com a Peste Negra na Idade Média na Europa.
A Peste Negra, como era conhecida, na verdade era a Peste Bubônica espalhada por ratos e pulgas. A Peste (que, diferentemente dos vampiros, vieram do Oeste) matou 1/3 da população européia em 1300. O povo da época, porém, associou as mortes com os vampiros. De alguma maneira eles acreditavam que a morte "trabalhava" para os monstros; talvez os vampiros espalhassem a Peste, eles pensavam assim. Em alguns casos as pessoas acreditavam que um doente voltava da morte como
vampiro e matava uma vítima (que morreria pela Peste). Alternadamente, acreditavam que um inimigo morto podia retornar e matar alguém, tornando-o um vampiro também. Muitas tumbas foram reabertas e os corpos "suspeitos" foram mutilados para "matar" os vampiros...

Alguns métodos da época beiravam o absurdo. Por exemplo, uma virgem era montada nua num cavalo, e o cavalo era obrigado a passear por entre um cemitério. Se o cavalo (que aparentemente, era mais inteligente que as pessoas) decidisse não passar por determinada tumba, eles assumiam que era uma tumba de vampiro. O corpo era imediatamente exumado e mutilado para "matar" o vampiro e, claro, também para parar a Peste que devastava a região.

O demônio romantico

Marie Laveau, a famosa rainha voodoo de Nova Orleans no século XIX, uma vez disse ser vampira. Não, ela não era. Mas um notável escritor do início de 1800, Lafcadio Hearn, disse que ela era - ao menos isso é o que especulamos. Ele provavelmente estava falando da filha dela, também chamada Marie, com quem ele propositalmente viveu. Então, Mister Hearn era um romântico. Nascido na Grécia (terra dos Vrykolakas), renomado como jornalista e escritor em Nova Orleans, onde se tornou familiar com
a comunidade voodoo, Lafcadio caminhou pelo lado negro, com certeza. Mas suas alegações sobre Marie Laveau não eram de todas inacreditáveis. No voodoo em Nova Orleans no séc. XIX, o sangue dos novatos era drenado, e segundo consta, bebido. Selvagens, alguns relatos falam de crianças sendo cozinhadas em caldeirões e então comidas. Isso não acontecia, mas algumas pessoas acreditavam nisso, exatamente como alguns acreditavam que os vampiros espalharam a Peste Negra na Europa.
Mas existiam razões para se chamar Marie Laveau de vampira (poderíamos dizer, uma... vamp?). Ela era tão sensual quanto sobrenatural. E não muito diferente de Laveau, os vampiros da velha Europa carregavam a mensagem subliminar do sexo consigo, quando se reerguiam dos caixões em busca de sangue. A mente vitoriana podia ser confrontada com a subliminar sensualidade dos vampiros através da ficção do Dracula, mas, nos tempos antigos, existiam dois demônios que não eram tão sutis quanto ao propósito de suas visitas noturnas. Esses "demônios românticos" eram os
íncubus e as succubus.

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